De acordo com informações do MPF, a operação resultou na prisão preventiva de um suspeito em Natal (RN) e na realização de cinco mandados de busca e apreensão em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Paralelamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas em diversas regiões da Itália e Suíça, mobilizando mais de cem agentes financeiros italianos, alguns dos quais atuando no Brasil para auxiliar no cumprimento dos mandados em Natal.
Segundo a Procuradoria, as investigações apontam que a Máfia italiana utilizou empresas fictícias e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais. Estima-se que o esquema tenha investido pelo menos R$300 milhões no Brasil, com o intuito de adquirir propriedades e infiltrar-se no mercado imobiliário e financeiro brasileiro. Autoridades italianas, no entanto, acreditam que o valor total dos ativos investidos pode ultrapassar os 500 milhões de euros, o que equivale a mais de R$3 bilhões.
A Procuradoria de Palermo, em nota, celebrou o sucesso da operação conjunta e destacou a importância da colaboração entre os órgãos de investigação dos dois países. A procuradora Federica La Chioma ressaltou que a operação demonstra a maturidade alcançada ao longo dos anos na investigação de crimes transnacionais complexos. A secretária de Cooperação Internacional do MPF, Anamara Osório, também enfatizou a importância da cooperação entre as autoridades dos dois países para o combate a crimes dessa natureza.
Em resumo, a Operação Arancia representa um marco na luta contra o crime organizado transnacional e reforça a importância da colaboração internacional para o enfrentamento de ameaças à segurança e integridade das instituições.