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STF inicia audiências sobre morte de Marielle Franco e Anderson Gomes com réus presos e relatório de obstrução de Justiça.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta segunda-feira (12) as audiências de instrução e julgamento referentes ao caso da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que foram assassinados em 2018. Em junho, a Primeira Turma do STF decidiu tornar réus no caso algumas pessoas, incluindo o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, o deputado federal sem partido (RJ) Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, todos atualmente detidos. Também está incluído como réu Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, suspeito de fornecer a arma do crime.

Os réus terão a oportunidade de comparecer às audiências acompanhados de seus advogados, que poderão fazer perguntas aos depoentes e apresentar documentos relevantes para a defesa. Serão cinco dias de audiências, realizadas sempre às 13h, até a próxima sexta-feira (16). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, intimou oito testemunhas de acusação para prestar depoimento por videoconferência, com a presença do desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete, direto da sede do Supremo, em Brasília.

Além das testemunhas, Fernanda Gonçalves Chaves, assessora de Marielle que estava presente no carro no momento do assassinato, também deve ser ouvida. Os advogados dela foram aceitos como assistentes de acusação. Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, envolvidos no crime, serão ouvidos novamente. Entre as testemunhas estão policiais responsáveis pelas investigações do caso na Polícia Federal, um ex-assessor de Marielle e o homem suspeito de vender o carro utilizado no crime.

A Polícia Federal emitiu um relatório complementar que indica a interferência de Rivaldo Barbosa e de outros policiais nas investigações, levando à obstrução da Justiça. O delegado Giniton Lages, que também estava envolvido no caso, é investigado em um segundo inquérito sobre a morte de Marielle. O relatório destaca que houve falhas na obtenção de imagens de câmeras de segurança que poderiam esclarecer o crime, levantando questões sobre a conduta dos policiais durante as investigações. A PF concluiu pela acusação de obstrução de Justiça contra Barbosa, Lages e Marco Antonio de Barros Pinto.

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