Segundo a empresa PwC Strategy& do Brasil Consultoria Empresarial Ltda, vinculada à multinacional PricewaterhouseCoopers, os gastos com apostas esportivas agora superam outras despesas discricionárias, como lazer, cultura e produtos pessoais, influenciando até mesmo o orçamento destinado à alimentação. O economista e advogado Gerson Charchat, sócio da Strategy&, ressaltou que esse redirecionamento de recursos para as apostas tem exercido uma significativa pressão sobre a demanda por itens essenciais, impactando a economia de forma geral.
A popularidade das apostas esportivas explodiu no Brasil após a aprovação da Lei nº 13.756 em 2018, resultando em um aumento de 419% nos gastos com apostas até 2023. Com um aumento significativo nos gastos com apostas por parte das classes D e E, Charchat destaca que as despesas com lazer e cultura diminuíram enquanto as apostas ganharam espaço no orçamento das famílias.
O impacto das apostas online na economia brasileira vai além do aspecto financeiro, envolvendo também efeitos sociais e de saúde mental. A consultora Ione Amorim, do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), alerta para o aumento do endividamento, impactos na saúde mental e até mesmo casos de suicídio relacionados a problemas decorrentes das apostas.
A discussão sobre a regulamentação das apostas online deve se intensificar com o Projeto de Lei nº 2.234/2022, em tramitação no Senado, que autoriza a exploração de cassinos, bingos e apostas em todo o território nacional. Embora a legalização das apostas possa gerar emprego, renda e tributos, também existem preocupações em relação aos impactos negativos que essas atividades podem trazer à sociedade.
Em resumo, as apostas esportivas online estão desempenhando um papel cada vez mais significativo na economia brasileira, com impactos tanto positivos quanto negativos. A regulamentação adequada e o monitoramento constante são essenciais para mitigar os efeitos adversos e promover um ambiente saudável para os apostadores e a sociedade como um todo.