Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ativista indígena Tuíre Kayapó falece aos 58 anos após luta contra câncer, deixando legado de resistência contra Usina de Belo Monte.

A notícia do falecimento da ativista indígena Tuíre Kayapó neste sábado (10) abalou a comunidade que acompanhou de perto sua luta incansável contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará. A líder indígena enfrentava complicações decorrentes de um câncer no útero, segundo informações confirmadas pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Kaiapó do Pará.

Tuíre Kayapó foi uma figura emblemática na defesa dos direitos dos povos indígenas e na luta pela demarcação de terras. Sua participação ativa em marchas, protestos e sessões públicas na Câmara dos Deputados evidenciaram seu protagonismo e sua determinação em defender as causas que acreditava.

A história de Tuíre ficou marcada pelo incidente em 1989, quando encostou um facão no rosto do diretor da Eletronorte durante um debate sobre a construção da usina de Belo Monte, na época conhecida como Cararaô. O protesto teve repercussão internacional e influenciou na decisão do Banco Mundial de suspender o financiamento para a usina.

Além disso, em 2008, indígenas kayapós voltaram a utilizar facões em um incidente durante um debate com um engenheiro da Eletrobras, resultando em um corte profundo no braço do profissional. Estes eventos ilustram a determinação e coragem de Tuíre e de seu povo na luta por seus direitos e pela preservação de suas terras.

A morte de Tuíre representa uma perda irreparável para a comunidade indígena e para todos aqueles que admiravam sua dedicação e coragem. Sua memória e legado seguem vivos, inspirando novas gerações a seguirem lutando pelas causas que acreditam e pelo respeito aos povos originários do Brasil.

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