Repórter São Paulo – SP – Brasil

MPT investiga responsabilidade da Voepass no acidente de avião em Vinhedo que deixou 62 mortos, incluindo trabalhadores da empresa.

O acidente aéreo que resultou na queda de uma aeronave ATR 72-500 em Vinhedo, interior de São Paulo, na última sexta-feira (9), deixou 62 mortos, incluindo quatro funcionários da empresa Voepass, antiga Passaredo. O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou que irá investigar a responsabilidade da companhia no incidente, alegando que houve uma clara violação dos direitos sociais relacionados à segurança no ambiente de trabalho.

Segundo informações da Procuradoria do Trabalho, a investigação foi instaurada pelo procurador Marcus Vinícius Gonçalves com o intuito de apurar se a Voepass cumpriu todas as normas trabalhistas relacionadas à contratação e proteção de seus profissionais. Além disso, a investigação visa contribuir para a prevenção de futuros acidentes semelhantes, dependendo das conclusões obtidas.

A empresa será notificada sobre a investigação e terá que apresentar documentos, como as Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) e os contratos de trabalho dos tripulantes falecidos. Além disso, o MPT enviará notificações à Polícia Federal em Campinas, à Força Aérea Brasileira e à Agência Nacional de Aviação Civil para que informem os resultados de suas investigações sobre o acidente.

A Voepass afirmou que até o momento não foi notificada oficialmente e se comprometeu a colaborar com as autoridades para esclarecer as causas da tragédia. Enquanto isso, a análise da caixa-preta do avião acidentado já teve início e um relatório preliminar deve ser emitido em até 30 dias. Especialistas ainda não chegaram a uma conclusão sobre as possíveis causas do acidente, mesmo após descartarem a hipótese de congelamento das asas.

Este acidente em Vinhedo é considerado um dos mais complexos do país e também um dos mais letais desde 2007. Com a identificação e resgate dos corpos das vítimas, serão realizados os procedimentos de identificação no Instituto Médico-Legal (IML) em São Paulo. Dentre as vítimas, estavam crianças, fisiculturistas, médicos e uma advogada especializada em processos contra companhias aéreas, revelando a diversidade de perfis impactados pela tragédia.

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