Mukhtar Babayev, um diplomata de médio escalão encarregado das negociações, admitiu que o Azerbaijão não é reconhecido como desenvolvedor de ideias de transição verde e que a transição energética global representa um desafio para o país, que é hiperdependente de combustíveis fósseis. Como principal exportador de petróleo e gás, o Azerbaijão enfrenta a pressão para se adaptar às mudanças climáticas e à transição para fontes de energia mais sustentáveis.
Apesar do amplo acordo internacional para reduzir o uso de combustíveis fósseis, Babayev defende o papel do gás natural como uma fonte de energia menos prejudicial à natureza. Ele ressalta que o gás é essencial para a geopolítica global, especialmente na Europa, onde a demanda por alternativas aos suprimentos russos tem impulsionado a importância do Azerbaijão.
A oportunidade de sediar a COP29 representa um desafio para o Azerbaijão, que ainda não iniciou efetivamente o processo de transição energética. O país defende que as nações ricas devem fornecer recursos financeiros para auxiliar os países em desenvolvimento na transição para economias mais sustentáveis, dada a responsabilidade histórica dos países mais desenvolvidos nas emissões de gases de efeito estufa.
A expectativa para a COP29 é alta, uma vez que o mundo ainda está longe de atingir as metas de redução das emissões para limitar o aquecimento global a menos de 2°C. Além disso, as eleições presidenciais nos EUA, que poderiam impactar nas políticas ambientais globais, ocorrerão logo após a conferência, acrescentando uma camada de incerteza ao evento.
Para o Azerbaijão e para Mukhtar Babayev, a COP29 representa uma oportunidade de consolidar uma transformação em construção há décadas, com o país buscando se adaptar às mudanças climáticas e reduzir sua dependência de combustíveis fósseis. A cúpula representa um desafio, mas também uma chance de mostrar ao mundo o compromisso do Azerbaijão com a transição verde e a sustentabilidade.