Auditores identificam 301 crianças e adolescentes trabalhando irregularmente em estabelecimentos comerciais e feiras livres no agreste pernambucano

Auditores do Trabalho realizaram uma operação de fiscalização em oito cidades do agreste pernambucano e identificaram 301 crianças e adolescentes trabalhando de forma irregular em estabelecimentos comerciais e feiras livres. A maioria desses jovens (298) estava envolvida em atividades incluídas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil, como operar máquinas perigosas, em ambientes insalubres e por longas jornadas.

Entre as crianças e adolescentes encontrados, 41 tinham até 11 anos, 62 estavam na faixa etária de 12 a 13 anos e 198 tinham entre 14 e 17 anos. A maioria desses trabalhadores (70%) eram meninos, enquanto 30% eram meninas. O setor têxtil se destacou como o principal responsável pela exploração do trabalho infantil na região, com a grande maioria dos estabelecimentos autuados pertencendo a esse segmento.

Durante a fiscalização, foram identificados casos alarmantes, como o de dois adolescentes obrigados a trabalhar nove horas por dia em pé, manuseando uma prensa quente, equipamento que oferece riscos de queimaduras e esmagamento. As autoridades determinaram o afastamento imediato das atividades perigosas para os jovens com menos de 16 anos e a mudança de função para os adolescentes de 16 e 17 anos, sem riscos ocupacionais.

Além disso, as feiras livres também foram alvo da operação, onde crianças com apenas 10 anos eram encontradas manuseando facas e facões, com risco de corte e mutilação, além de crianças disputando com adultos para carregar compras em carrinhos de mão pesados. A situação encontrada foi tão preocupante que o Ministério do Trabalho e Emprego mencionou que alguns casos surpreenderam até mesmo os experientes servidores públicos.

Diante desse cenário, as administrações municipais foram notificadas para tomar providências e prevenir o trabalho infantil em espaços públicos. As crianças e adolescentes identificados foram encaminhados para a rede de proteção à infância e adolescência, onde receberão apoio e serão incluídos em programas de proteção social, saúde e educação. Adolescentes a partir de 14 anos serão inscritos em programas de aprendizagem profissional para garantir qualificação e proteção adequada no ambiente de trabalho.

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