Advogado sócio da UPBus é preso em operação contra o PCC em Mogi das Cruzes, bloqueio de R$ 8 bilhões em bens dos suspeitos

Na manhã desta terça-feira (6), a Polícia Civil de Mogi das Cruzes (SP) realizou a prisão do advogado Ahmed Hassan Saleh, sócio da UPBus, em uma operação direcionada contra membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Com um total de 20 mandados de prisão expedidos contra pessoas suspeitas de integrarem a facção criminosa, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 8 bilhões em bens dos envolvidos.

A UPBus já havia sido alvo da operação Fim da Linha, realizada pelo Ministério Público em abril, por suspeitas de ligação com o PCC. O presidente da empresa, Ubiratan Antônio da Cunha, também enfrenta acusações de lavagem de dinheiro e organização criminosa, e foi detido no mês de julho.

Além de Saleh, mais 12 indivíduos foram presos durante a operação Decurio, que resultou na apreensão de celulares, veículos, armas de fogo, dinheiro e relógios de luxo. A ação policial se estendeu por diversas cidades do estado de São Paulo, com mandados de busca e apreensão e prisão preventiva decretados.

A delegacia Seccional de Mogi das Cruzes conduziu a operação, que ainda contou com a participação de outras cidades como Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Santos, Sorocaba, e muitas outras. Os investigadores afirmam ter identificado membros do PCC por meio de apreensões de documentos e aparelhos eletrônicos, ressaltando a atuação da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital na expedição dos mandados.

Uma descoberta alarmante durante a investigação foi a tentativa do PCC de infiltrar seus membros nas eleições municipais, financiando campanhas e lançando candidatos. Nomes e cidades não foram revelados para evitar interferência no pleito, mas a polícia garantiu que esses candidatos não poderão assumir seus cargos caso eleitos. Uma servidora municipal foi identificada como membro de alto escalão do PCC, no entanto, sua identidade e local de atuação não foram divulgados.

A operação Fim da Linha, liderada pelo Ministério Público de São Paulo, teve como alvo a UPBus e a Transwolff, empresas de transporte que teriam recebido grandes valores da Prefeitura de São Paulo em subsídios, sendo supostamente utilizadas para a lavagem de dinheiro da facção criminosa. Promotores do Gaeco também estão investigando essas empresas por possíveis atividades ilícitas.

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