De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o cenário atual apresenta projeções mais elevadas e riscos para a alta da inflação, o que demanda uma postura mais assertiva por parte do BC. A próxima reunião está agendada para setembro, e os membros do colegiado já sinalizaram que não hesitarão em elevar a taxa de juros se julgarem apropriado.
A preocupação em relação à inflação se justifica pelo fato de que, mesmo com a queda registrada em junho, o índice ainda permanece acima da meta estabelecida pelo BC. Com o IPCA acumulando um índice de 4,23% em 12 meses, as expectativas do mercado para os próximos anos indicam uma inflação em torno de 4,1% em 2024 e 4% em 2025.
Além disso, o BC alertou para os impactos da política fiscal nos ativos financeiros e na expectativa de inflação. A percepção dos agentes de mercado em relação ao crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade da dívida pública têm gerado incertezas que, se persistirem, podem afetar significativamente os preços e a política monetária.
No cenário internacional, a taxa neutra da economia tem sido influenciada pelos movimentos de países avançados, contribuindo para a volatilidade do mercado financeiro e pressionando a taxa de câmbio nos países emergentes. A alta do dólar, por sua vez, tem impacto direto nos preços domésticos, afetando a importação de produtos e pressionando a dívida pública e privada.
Diante desse contexto, o BC ressaltou a importância de uma política fiscal crível e comprometida com a estabilidade da dívida pública para garantir a ancoragem das expectativas de inflação. A trajetória da Selic, que passou por um ciclo de cortes após um período de alta, reflete a preocupação do BC em equilibrar a inflação e o crescimento econômico.