Repórter São Paulo – SP – Brasil

Evergrande processa fundador por distorção financeira e busca recuperar US$ 6 bilhões em dividendos e remunerações.

A gigante imobiliária chinesa Evergrande está no centro de mais uma polêmica, desta vez envolvendo o seu fundador, Hui Ka Yan, e outros seis indivíduos. A empresa está buscando recuperar um montante impressionante de US$ 6 bilhões, que teriam sido pagos com base em demonstrações financeiras supostamente distorcidas. Essa revelação foi feita pela própria Evergrande na segunda-feira, 5.

Os liquidatários da companhia moveram ações judiciais em Hong Kong no mês de março, com o objetivo de reaver esses valores referentes a dividendos e remunerações dos anos de 2017 a 2020. Essa atitude vem em um momento delicado para a Evergrande, que recentemente recebeu uma ordem para liquidação de um tribunal em Hong Kong, após uma série de descumprimentos de dívidas e falhas em negociações com credores.

Antes uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, a Evergrande viu a sua situação financeira se deteriorar rapidamente nos últimos anos. A empresa acumulou uma dívida astronômica de mais de US$ 300 bilhões e deixou de pagar títulos em dólar em 2021. Esses problemas contribuíram para a eclosão de uma crise no setor imobiliário chinês.

A situação da Evergrande é um reflexo dos desafios enfrentados por diversas empresas do setor imobiliário chinês, em meio a medidas mais rígidas do governo e uma desaceleração econômica. O caso também destaca a importância da transparência e integridade financeira das empresas, sobretudo em um mercado tão sensível como o imobiliário.

Portanto, a disputa em curso entre a Evergrande e seus ex-executivos pelo ressarcimento milionário coloca em evidência as práticas contábeis questionáveis que podem ter sido adotadas pela empresa. A repercussão desse embate e as consequências para o mercado imobiliário chinês ainda estão por ser totalmente compreendidas.

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