Violência policial em Paraisópolis: moradores relatam agressões de PMs; Comitê de Crise é mobilizado para exigir respeito e investigação.

Na noite deste domingo (4), moradores de Paraisópolis, comunidade localizada na zona sul de São Paulo, foram vítimas de mais um caso de violência policial. Imagens enviadas à reportagem mostram policiais militares agredindo moradores em frente a um estabelecimento comercial, em uma ação considerada desnecessária e truculenta por lideranças comunitárias.

Segundo relatos, por volta das 20h, um grupo de policiais foi filmado agredindo um homem sozinho com golpes de cassetete e chutes, enquanto em outro vídeo um agente agride uma mulher no chão em uma das vielas da comunidade. A ação policial gerou revolta na comunidade, que já vinha sofrendo com casos de violência por parte das autoridades.

A favela de Paraisópolis é conhecida por sediar um dos maiores bailes funks da capital, onde frequentemente ocorrem confrontos entre policiais e moradores. No entanto, segundo líderes locais, o episódio de violência deste domingo não teve relação com os eventos do baile funks, uma vez que essas atividades estão suspensas há algumas semanas devido à atuação da Polícia Militar.

Recentes casos de violência policial em Paraisópolis mobilizaram ativistas de direitos humanos, deputados de partidos de esquerda e lideranças comunitárias a criarem o “Comitê de Crise Paraisópolis Exige Respeito”. O objetivo do grupo é denunciar as violações de direitos humanos na favela, como invasões de domicílio, abordagens agressivas e toques de recolher, e pressionar as autoridades a investigarem e punirem os responsáveis.

A Ouvidoria da Polícia teme uma escalada de violência na comunidade caso as denúncias não sejam investigadas. Incidentes anteriores, como a morte de um homem em abril e o ferimento de um menino de sete anos que perdeu a visão do olho direito durante uma ação policial, geraram protestos dos moradores de Paraisópolis contra a violência policial.

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