De acordo com informações do principal jornal diário em língua bengali do país, Prothom Alo, pelo menos 95 pessoas, incluindo 14 policiais, perderam a vida em confrontos na capital no domingo (4). O saldo de mortes subiu para 350 desde o início dos protestos, em 1º de julho, e mais de 11 mil indivíduos foram presos nas últimas semanas.
Após a renúncia de Hasina, o chefe militar, Gen. Waker-uz-Zamam, assumiu temporariamente o controle do país e anunciou a dissolução do Parlamento, bem como a formação de um novo governo visando novas eleições no futuro próximo. Essa medida foi recebida com celebração por centenas de milhares de manifestantes que lotaram as ruas de Bangladesh, mas o clima logo se tornou violento em alguns locais com ataques a prédios governamentais e a símbolos do partido da ex-primeira ministra.
As imagens de televisão mostraram manifestantes invadindo a residência oficial de Hasina e destruindo estátuas de figuras históricas do país. Para controlar a violência, o governo impôs medidas extremas como a suspensão da internet, toque de recolher e mobilização do exército. O aeroporto principal de Dhaka, capital do país, também foi fechado por questões de segurança.
Os protestos que começaram de forma pacífica ganharam ímpeto devido à repressão e se transformaram em um desafio sem precedentes para Hasina, colocando em evidência a crise econômica que assola Bangladesh. A capital Daca se tornou um verdadeiro campo de batalha, com confrontos violentos resultando em mortes de civis e policiais.
A comunidade internacional, representada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu por uma transição democrática no país asiático e destacou a importância do respeito aos direitos humanos durante esse período conturbado. O desfecho dos conflitos em Bangladesh ainda é incerto, mas os olhos do mundo permanecem atentos a esse cenário de instabilidade política e social.