Repórter São Paulo – SP – Brasil

Revolta popular causa renúncia da primeira-ministra de Bangladesh e deixa mais de 300 mortos em protestos tumultuados.

Na última segunda-feira (5/8), a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, surpreendeu o país ao renunciar e fugir em meio a uma onda de protestos que já dura um mês e resultou em mais de 300 mortes. As autoridades locais anunciaram a dissolução do Parlamento e a formação de um novo governo para acalmar os ânimos exaltados da população.

De acordo com informações do principal jornal diário em língua bengali do país, Prothom Alo, pelo menos 95 pessoas, incluindo 14 policiais, perderam a vida em confrontos na capital no domingo (4). O saldo de mortes subiu para 350 desde o início dos protestos, em 1º de julho, e mais de 11 mil indivíduos foram presos nas últimas semanas.

Após a renúncia de Hasina, o chefe militar, Gen. Waker-uz-Zamam, assumiu temporariamente o controle do país e anunciou a dissolução do Parlamento, bem como a formação de um novo governo visando novas eleições no futuro próximo. Essa medida foi recebida com celebração por centenas de milhares de manifestantes que lotaram as ruas de Bangladesh, mas o clima logo se tornou violento em alguns locais com ataques a prédios governamentais e a símbolos do partido da ex-primeira ministra.

As imagens de televisão mostraram manifestantes invadindo a residência oficial de Hasina e destruindo estátuas de figuras históricas do país. Para controlar a violência, o governo impôs medidas extremas como a suspensão da internet, toque de recolher e mobilização do exército. O aeroporto principal de Dhaka, capital do país, também foi fechado por questões de segurança.

Os protestos que começaram de forma pacífica ganharam ímpeto devido à repressão e se transformaram em um desafio sem precedentes para Hasina, colocando em evidência a crise econômica que assola Bangladesh. A capital Daca se tornou um verdadeiro campo de batalha, com confrontos violentos resultando em mortes de civis e policiais.

A comunidade internacional, representada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu por uma transição democrática no país asiático e destacou a importância do respeito aos direitos humanos durante esse período conturbado. O desfecho dos conflitos em Bangladesh ainda é incerto, mas os olhos do mundo permanecem atentos a esse cenário de instabilidade política e social.

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