Repórter São Paulo – SP – Brasil

Promotor recusa pedido da família e mantém crime de Julieta Hernández como latrocínio em Presidente Figueiredo, no Amazonas.

O caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM) no ano passado, ganhou um novo capítulo com a recusa do promotor de Justiça responsável pelo processo em reclassificar o crime como feminicídio, atendendo ao pedido da família da vítima. Gabriel Salvino Chagas do Nascimento assumiu o caso após a antiga promotora, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, se declarar suspeita por “motivo de foro íntimo”.

Julieta Hernández, uma artista circense venezuelana, foi morta enquanto viajava de bicicleta pelo Brasil, no município localizado a 117 km de Manaus. O Ministério Público do Amazonas denunciou o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver, crimes que eles confessaram.

Recentemente, a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a irmã de Julieta, Sophia Hernández, estiveram no estado para se reunir com autoridades e representantes do Judiciário, pedindo a mudança na tipificação dos crimes. No entanto, o promotor Nascimento rejeitou a tese, afirmando que não há prejuízo em seguir o processo conforme a denúncia inicial.

A família e os representantes legais de Julieta criticaram a decisão, destacando a necessidade de reconhecer a crueldade do crime e a intenção dos acusados para além do roubo. A presidente da UBM enfatizou a importância de enquadrar o caso como feminicídio, para mapear a situação das mulheres no Brasil.

A nota divulgada pelo Ministério das Mulheres em junho em apoio à campanha também ressaltou a natureza misógina e xenófoba da violência contra Julieta Hernández, destacando o ódio à artista circense como mulher e migrante. Enquanto isso, figuras públicas como o rapper Snoop Dogg e o ator Ryan Gosling marcaram presença em eventos esportivos em Versalhes, na França.

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