Repórter São Paulo – SP – Brasil

Prefeitura de São Paulo contrata organização privada para gestão de empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC.

A Prefeitura de São Paulo contratou a Fundação Vanzolini para auxiliar na gestão das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que estão sob intervenção municipal devido a suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC. Após quatro meses assumindo o controle dessas concessões, a administração de Ricardo Nunes decidiu investir na avaliação independente dos processos de operação e gestão nas empresas, visando dar suporte às equipes dos comitês de intervenção. Essa medida tem como foco garantir a continuidade da prestação de serviços de transporte público à população.

A Fundação Vanzolini foi contratada por um valor de R$ 1,5 milhão e terá até o final de setembro para executar o contrato. Uma das análises solicitadas é um detalhamento sobre os possíveis perigos e riscos ao negócio das empresas e à prestação do serviço público. Essa decisão foi tomada após dirigentes das empresas serem alvo de uma operação do Ministério Público em abril, que investigou a ligação dos empresários com o PCC.

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, presidente da Transwolff, foi preso durante a operação, mas posteriormente liberado pela Justiça. Já Ubiratan Antônio da Cunha, presidente da UPBus, foi preso em junho por descumprimento de medidas cautelares. A defesa de Pacheco alega que as ações contra a empresa têm sido traumáticas para a presidência e diretoria.

A operação que investigou as empresas de ônibus, denominada “Operação Fim da Linha”, foi conduzida em parceria com a Polícia Militar, Cade e Receita Federal. As empresas, que transportam cerca de 700 mil passageiros por dia, teriam recebido subsídios de aproximadamente R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo em 2023. Segundo os promotores, as empresas seriam usadas para lavagem de dinheiro do PCC.

A Transwolff, uma das maiores empresas do setor, foi novidade na operação, enquanto a UPBus já havia sido relacionada ao crime em uma operação anterior realizada pelo Denarc em 2022. O desenrolar dessas investigações deve trazer mais revelações sobre as possíveis conexões entre as empresas de ônibus e o PCC, impactando o setor de transporte público na cidade de São Paulo.

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