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Análise da Associated Press revela discrepância nos votos na Venezuela, lançando dúvidas sobre vitória de Maduro. Resultado desafia declaração oficial.

Uma investigação realizada pela agência de notícias Associated Press (AP) revelou dados alarmantes sobre a eleição presidencial na Venezuela. De acordo com a análise das folhas de contagem de votos divulgadas pelo principal partido de oposição, o candidato opositor teria recebido muito mais votos do que o governo afirmou, colocando em xeque a vitória declarada do presidente Nicolás Maduro.

A AP analisou cerca de 24 mil imagens de folhas de contagem, representando os resultados de 79% das máquinas de votação. A decodificação dos QR codes presentes nas folhas permitiu tabular um total de 10,26 milhões de votos. Os resultados mostraram que o candidato da oposição, Edmundo González, teria recebido 6,89 milhões de votos, quase meio milhão a mais do que Maduro.

Por sua vez, as tabulações indicaram que Maduro teria recebido 3,13 milhões de votos, número inferior ao divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral do governo. O atraso na atualização dos resultados foi atribuído a supostos ataques à infraestrutura tecnológica. No entanto, a autenticidade das folhas de apuração fornecidas pela oposição não pôde ser verificada de forma independente.

A oposição chegou a disponibilizar online as cópias digitalizadas dos boletins de apuração, mas enfrentou críticas e ameaças. A invasão da sede da oposição por mascarados intensificou a violência, com roubo de documentos e equipamentos. O governo dos Estados Unidos se posicionou em apoio à oposição, reconhecendo González como vencedor e desacreditando os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral.

A tensão política na Venezuela se intensifica diante das acusações mútuas entre governo e oposição. Enquanto Maduro acusa a oposição de planejar ataques, esta busca apoio internacional para validar os resultados eleitorais. O país, que enfrenta uma grave crise econômica e social, tenta encontrar uma saída democrática para a situação política conturbada. A pressão internacional e a mobilização popular continuam a marcar o cenário político venezuelano, com desdobramentos imprevisíveis.

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