Repórter São Paulo – SP – Brasil

EUA reconhecem vitória de opositor na Venezuela antes de auditorias do CNE; Maduro pede para os EUA “manterem o nariz fora”

Os Estados Unidos reconheceram a vitória do opositor Edmundo González na eleição da Venezuela, mesmo sem terem sido feitas as auditorias dos resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Essa decisão provocou uma reação de Nicolás Maduro, que afirmou que os EUA deveriam “manter o nariz fora da Venezuela”.

O Departamento de Estado dos EUA utilizou como base os documentos divulgados pela oposição. A campanha de Edmundo González publicou na internet as atas eleitorais das mesas de votação a que tiveram acesso, representando cerca de 80% do total das urnas. Segundo esses documentos, González seria o vencedor contra Maduro.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que os dados eleitorais demonstraram claramente a vontade do povo venezuelano, ressaltando que os votos devem ser respeitados. Até então, a Casa Branca não havia defendido a vitória de González, apenas pedindo a publicação dos dados detalhados das mesas de votação.

O governo dos EUA critica o fato de o CNE não ter publicado as atas de apuração, o que levou as autoridades americanas a confiarem nos documentos publicados pela oposição. Em resposta, Maduro afirmou que os Estados Unidos devem manter-se distantes das questões internas da Venezuela, destacando a soberania do povo venezuelano.

O presidente venezuelano apresentou um recurso ao Tribunal Supremo de Justiça para pedir uma perícia das atas eleitorais e está disposto a apresentar todas as atas em posse do seu partido. O STJ convocou todos os candidatos para iniciar uma investigação sobre os resultados do pleito.

A posição dos EUA difere da do Brasil, Colômbia e México, que emitiram uma nota conjunta pedindo que as autoridades venezuelanas apresentem os dados desagregados da eleição, sem afirmar a vitória de nenhum candidato. A falta de transparência nos resultados tem gerado questionamentos por parte da oposição, observadores internacionais e diversos países.

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