Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estudantes da Uerj ocupam reitoria em protesto contra cortes em programas de auxílio permanência, 1.400 alunos podem perder benefícios.

Os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão há uma semana ocupando a reitoria da instituição, localizada no Maracanã, zona norte carioca, em protesto contra cortes e mudanças nos programas de auxílio permanência a partir deste semestre. Entre as demandas dos estudantes está a redução de uma bolsa-material de R$ 100 para R$ 50, o fim do auxílio-alimentação de R$ 300 para alunos dos campi com restaurante popular e a alteração na bolsa permanência, que antes contemplava alunos com renda familiar de até 1,5 salário mínimo e agora é destinada apenas aos que vivem com até meio salário.

A decisão da Uerj de realizar esses cortes é justificada pela dificuldade de obter recursos necessários para manter os programas de auxílio. A instituição alega que as bolsas de apoio à vulnerabilidade foram criadas de forma emergencial durante a pandemia e, diante da insuficiência orçamentária, precisam ser revisadas para não afetar os mais vulneráveis.

Mesmo com o aumento de 15% no repasse da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação para este ano, os estudantes argumentam que o orçamento ainda é insuficiente para suprir as necessidades da universidade. Mariola Souza, aluna de ciências sociais e uma das líderes da ocupação da reitoria, destaca que a luta dos estudantes é por mais recursos e contra a política de destruição da Uerj.

Após uma reunião com a gestão da universidade, os estudantes cobraram a revogação das mudanças na política de bolsas, sendo que a reitoria negou o pedido, alegando danos ao patrimônio causados pela ocupação. Um novo encontro foi marcado para discutir o impasse.

A Uerj, fundada em 1930, é uma das maiores universidades do país, com campi em nove cidades do Rio de Janeiro e 43 mil alunos. A instituição foi pioneira no Brasil ao adotar um sistema de cotas em seu vestibular em 2003. O cenário de protestos contra os cortes nos programas de auxílio permanência reflete a preocupação dos estudantes com a garantia de acesso à educação superior de qualidade e inclusiva.

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