Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil corre contra o tempo para acabar com os lixões em 2024, mas desafios persistem para muitos municípios.

A partir desta sexta-feira, 2 de agosto, o Brasil deveria estar livre dos lixões, conforme determinado pela Lei 12.305 de 2010, que estabelece prazos para que os municípios se adequem à norma de acordo com seu tamanho populacional. No entanto, ao chegar em 2024, ano limite para as adaptações, o país ainda mantém milhares desses depósitos de lixo a céu aberto, sem controle ambiental ou sanitário.

Segundo a legislação original, os rejeitos, que são resíduos não passíveis de reaproveitamento, deveriam ter uma destinação ambientalmente adequada até o final de 2014. Porém, o prazo foi prorrogado para 2020 de maneira geral e para os municípios com políticas locais sobre o tema e serviços de saneamento equilibrados, o prazo se estendeu até 2021 e 2024.

Esse descumprimento da legislação gerou preocupação no Senado, que realizou audiências públicas sobre o assunto neste ano. Em uma dessas reuniões, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) revelou que a meta não seria alcançada, indicando que ainda 15% dos rejeitos e 40% dos resíduos em geral são encaminhados para os lixões no país.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO), responsável por um relatório que avaliou as ações de saneamento básico do governo federal em 2023, destacou a falta de capacidade dos municípios em arcar com os custos da disposição adequada de resíduos e as deficiências na cobrança pelos serviços. Também ressaltou a importância dos aterros sanitários, que são estruturas caras por exigirem engenharia especializada e tratamentos ambientais.

Em relação às cidades menores, a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda é um desafio, de acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), que aponta índices de destinação correta do lixo abaixo da média em municípios com menos de 50 mil habitantes.

Para fortalecer a gestão dos resíduos sólidos, o governo federal anunciou investimentos significativos no setor até 2026, visando melhorar a infraestrutura para o tratamento adequado dos resíduos. Entretanto, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca a falta de recursos e prazos apertados como obstáculos para a erradicação dos lixões e aterros controlados. A entidade critica a construção da política federal sem considerar a realidade complexa da gestão municipal de resíduos.

Sair da versão mobile