Repórter São Paulo – SP – Brasil

Auditoria da Fapesp aponta desvio de R$ 5 milhões na Unicamp; ex-funcionária investigada foge para a França.

Uma auditoria realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) revelou um escândalo de desvio de verbas que chocou a comunidade acadêmica. De acordo com o relatório divulgado pela Fapesp, mais de R$ 5 milhões destinados a pesquisas no Instituto de Biologia da Unicamp foram transferidos para Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária da Funcamp, que prestava serviços para o instituto.

A suspeita de desvio de verbas veio à tona após a demissão por justa causa de Ligiane em janeiro deste ano. Ela era responsável pela prestação de contas dos recursos repassados aos pesquisadores e tinha acesso privilegiado a senhas e informações financeiras. A investigação em andamento aponta que os mais de R$ 5 milhões desviados se referem a 75 projetos liderados por 36 pesquisadores.

A Fapesp comunicou a Promotoria sobre o caso, que está sendo investigado nas esferas cível e criminal. A instituição ressaltou que ainda não está claro quanto desse montante foi aplicado de fato nos projetos de pesquisa e quanto foi desviado. Uma auditoria mais detalhada está em andamento para esclarecer a questão.

Além disso, uma auditoria interna realizada pelo Instituto de Biologia da Unicamp já havia constatado anteriormente um desvio de R$ 3 milhões. A Unicamp informou que medidas para reparar os danos dependem da conclusão da sindicância interna.

Ligiane deixou o país pouco após o escândalo ser divulgado, embarcando para a França. Seu advogado afirmou que ela não foi notificada para apresentar sua versão dos fatos e está disposta a esclarecer as acusações assim que for ouvida. A polícia continua as diligências e aguarda a defesa técnica para prosseguir com as investigações.

O caso teve início quando a Fapesp identificou irregularidades na prestação de contas de um pesquisador do Instituto de Biologia da Unicamp e descobriu que o mesmo problema ocorria com outros pesquisadores. Ligiane, que era responsável por esse trabalho desde 2018, emitia notas fiscais falsas em nome de sua empresa para desviar verbas destinadas à pesquisa. A gravidade do desvio levou a uma profunda investigação que resultou na descoberta do montante vultoso desviado.

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