A investigação revelou que os criminosos recrutavam pessoas com dificuldades financeiras para simularem o roubo de seus carros, com o objetivo de obter indenizações das seguradoras através de falsos registros de roubo. O policial civil, segundo a Promotoria, inseriu 173 ocorrências de roubo de veículos das 471 registradas pela delegacia em 2023. Em sua escala de trabalho, ele realizava aproximadamente 37% dos registros de roubo de veículos no DP onde atuava.
As investigações apontaram que o agente fez mais de 50% dos registros nos meses de outubro e dezembro de 2023, chegando a registrar ocorrências de roubo mesmo durante suas férias. Além disso, os registros eram feitos sem a presença física das supostas vítimas, com falsificações de assinatura.
O ex-funcionário do Pátio Legal era responsável por intermediar as negociações criminosas com os proprietários de veículos interessados em participar da fraude do seguro. A Corregedoria da Polícia Civil já apurou ao menos quatro casos de falsas comunicações de roubo, com os proprietários confessando o esquema fraudulento.
A operação, batizada de Lástima, continua em busca de identificar a participação de outros policiais e terceiros, assim como o destino dos veículos, que podem ter sido desmanchados ou vendidos em leilões pelo grupo criminoso. Mandados de prisão e busca e apreensão estão sendo cumpridos em Niterói, Benfica e Barra do Piraí. A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não se manifestou sobre a prisão do policial.