Os dados revelam que, até 2020, a gestão de resíduos no país custou cerca de R$ 120 bilhões, sendo que R$ 30 bilhões foram destinados aos custos diretos dos serviços de gestão de resíduos. Os outros R$ 90 bilhões correspondem aos custos com externalidades, que são os efeitos indiretos das práticas atuais de gerenciamento de resíduos.
Essas externalidades incluem a baixa reciclagem, a falta de coleta integral dos resíduos gerados e a destinação irregular de milhões de toneladas de resíduos para lixões e aterros controlados, o que resulta na contaminação do solo, poluição do ar e da água, impactando a saúde humana, o meio ambiente e contribuindo significativamente para a perda da biodiversidade e o aquecimento global.
Para reverter esse cenário, o estudo destaca a importância de alcançar as metas estabelecidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) até 2040, que incluem o fechamento dos lixões e o aumento da reciclagem para 50%. Segundo um dos autores do estudo, Carlos Silva Filho, atingir essas metas resultaria em uma redução de mais de 80% nos custos totais da gestão de resíduos, levando em consideração as externalidades.
Com a implementação dessas metas, o custo total da gestão de resíduos sólidos em 2040 poderia ser reduzido para pouco mais de R$ 22,5 bilhões por ano, com ganhos de mais de R$ 40 bilhões anuais. Além disso, se o percentual de reciclagem for aumentado para 55% até 2050, os custos totais poderiam cair para cerca de R$ 15 bilhões.
Para Silva Filho, as metas do Planares são fundamentais para reduzir o impacto negativo da má gestão de resíduos e ainda gerar ganhos com a reciclagem de materiais. Portanto, é essencial que o Brasil adote medidas eficazes para promover a economia circular e garantir um gerenciamento sustentável dos resíduos.