Centro Carter questiona autenticidade dos resultados das eleições presidenciais na Venezuela em comunicado divulgado nesta quarta-feira (31)

Um dos mais reconhecidos observadores internacionais da eleição presidencial na Venezuela, o Centro Carter, divulgou uma nota nesta quarta-feira (31) levantando questionamentos sobre a veracidade dos resultados proclamados pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE) do país. Em seu comunicado, a organização liderada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter declarou não ser capaz de verificar ou corroborar a autenticidade dos resultados eleitorais anunciados pelo CNE, enfatizando que a falta de divulgação por mesa eleitoral configura uma violação dos princípios democráticos.

Ainda existem debates sobre os prazos estipulados para a apresentação dos dados eleitorais, com apoiadores do governo defendendo que o CNE possui um período de 30 dias para publicar os resultados no Diário Oficial, conforme previsto pela Lei Orgânica dos Processos Eleitorais. O órgão eleitoral venezuelano alegou ter sido alvo de um ataque hacker, o que teria atrasado a divulgação dos resultados.

O Centro Carter, que realiza monitoramento eleitoral na Venezuela desde 1998, criticou o processo eleitoral deste ano, destacando que não alcançou os padrões internacionais de integridade eleitoral. Entre os problemas identificados pela organização estão os prazos curtos para registro de candidatos, a limitação de locais para inscrições e obstáculos enfrentados pelos venezuelanos no exterior para se inscreverem.

Além disso, o desequilíbrio no acesso aos meios de comunicação e recursos públicos entre o candidato à reeleição, Nicolas Maduro, e os nove candidatos opositores foi ressaltado como um fator prejudicial à equidade na disputa. Intervenções judiciais em partidos de oposição e dificuldades nas inscrições de candidatos também foram mencionadas como práticas que minaram a transparência do processo eleitoral.

O Centro Carter, que foi convidado pelo CNE para observar as eleições presidenciais de 2014, enviou 17 especialistas ao país com o compromisso de monitorar livremente a votação e publicar um relatório completo com todas as informações coletadas. Em 2012, o sistema eleitoral venezuelano recebeu elogios do ex-presidente Jimmy Carter, que chegou a afirmar que era o melhor do mundo dentre os 92 processos eleitorais monitorados pela organização.

Em resumo, o Centro Carter levantou sérias dúvidas sobre a transparência e integridade do processo eleitoral na Venezuela, criticando aspectos como a falta de divulgação por mesa eleitoral, restrições impostas aos candidatos e desigualdades na disputa. A controvérsia em torno dos resultados proclamados pelo CNE ainda gera debates e questionamentos sobre a legitimidade da eleição presidencial no país.

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