Chegando ao Santa Marta nos anos 1960 com seu marido, o músico José Silva, conhecido como José Diniz, Dona Maura mergulhou de cabeça na tradição da Folia de Reis. Junto com seus filhos, ela participou da Folia de Reis Penitentes do Santa Marta e dedicou-se à homenagem aos três reis magos que anunciaram o nascimento de Jesus Cristo. Desde então, Dona Maura nunca mais abandonou essa tradição, que fazia parte de sua vida cultural.
Além de ser uma integrante ativa da Folia de Reis, Dona Maura equilibrava sua vida de empregada doméstica com a criação dos filhos. Ela era reconhecida por sua participação ativa na comunidade, sempre envolvida em diversas atividades culturais. Sua casa era um verdadeiro ponto de encontro, onde os convites para um almoço se transformavam em encontros animados, regados a muita toada e música.
Mesmo nos últimos anos, quando o Alzheimer começou a avançar, Dona Maura continuou a acompanhar os ensaios na sua casa. Sua presença era sentida em toda a comunidade do Santa Marta, onde deixou um legado de amor, cultura e tradição. Com quatro filhos, 14 netos e nove bisnetos, Dona Maura se tornou uma figura icônica no morro, sendo lembrada com carinho por todos os que tiveram o prazer de conhecê-la.
A morte de Dona Maura representa uma perda irreparável para a comunidade do Santa Marta, que agora se une em homenagem à sua vida e sua inestimável contribuição para a preservação da cultura e tradição local. Que seu legado perdure e inspire as futuras gerações a manter viva a história e as raízes do Santa Marta.
