Através de uma análise minuciosa dos dentes por meio de tomografia micro computadorizada, os cientistas identificaram que um dos fósseis pertencia a um animal adulto, com aproximadamente 7 anos de idade. Já o segundo fóssil era de um animal jovem, com entre 1 e 2 anos na época de sua morte.
O que mais impressionou os pesquisadores foi o fato de que este é o primeiro fóssil de um mamífero jovem do período Jurássico já encontrado. Essa descoberta permitiu que os especialistas realizassem uma análise comparativa do crescimento desses animais.
Elsa Panciroli, autora principal do estudo, destacou a diferença no padrão de crescimento desses mamíferos em relação aos mamíferos atuais. Enquanto os mamíferos modernos geralmente crescem rapidamente até atingirem o tamanho adulto, neste caso foi observado que o animal jovem levou muito tempo para alcançar o tamanho adulto.
Além disso, a análise da arcada dentária revelou que o animal jovem estava passando pelo processo de formação dos dentes, indicando que provavelmente estava prestes a ser desmamado quando morreu. Esse achado chamou a atenção dos cientistas, uma vez que mamíferos modernos de porte semelhante costumam realizar o desmame mais precocemente.
Apesar do estudo ter sido publicado recentemente na revista científica Nature, os fósseis foram descobertos há alguns anos, sendo o fóssil do animal adulto encontrado na década de 1970 e o do jovem em 2016.
Essa descoberta traz novas perspectivas para o estudo da evolução dos mamíferos e reforça a importância da paleontologia na compreensão da vida pregressa em nosso planeta. Acompanharemos de perto os desdobramentos e novas descobertas que surgirão a partir desse estudo inovador.