Os incidentes teriam ocorrido em conversas pelo aplicativo Whatsapp. Em uma ocasião, no ano de 2018, Demétrio teria se referido a uma delegada aposentada usando termos racistas como “macaca” e “criola”. Em outro caso, em 2020, o delegado teria dito, em uma conversa, a expressão “tinha que ser preto” ao mencionar o então ministro da Educação.
Além disso, em março de 2018, o delegado teria ironizado a morte da vereadora Marielle Franco, considerada um crime motivado por preconceito racial, de acordo com a denúncia apresentada pelo MPRJ.
A denúncia também solicita que o delegado seja condenado a pagar R$ 100 mil em danos morais à delegada mencionada e mais R$ 100 mil como compensação por danos morais coletivos.
No início deste ano, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves foi condenado a 9 anos e 7 meses de prisão por obstrução de Justiça, permanecendo preso desde 2021. A sentença inclui a perda do cargo público e o pagamento de multa.
A decisão destaca que o delegado teria desenvolvido um plano complexo envolvendo procedimentos policiais fraudulentos e manipulação da imprensa. Além disso, ressalta o estilo de vida ostensivo de Maurício Demétrio, com gastos em aluguéis de mansões, uso de lanchas e viagens internacionais frequentes.
A condenação ressalta a gravidade das ações do réu, que ocupava um cargo de responsabilidade em investigações criminais. Maurício Demétrio foi detido enquanto atuava como titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), sendo acusado de chefiar um esquema de extorsão de comerciantes em Petrópolis.