Brasil comemora fim da hiperinflação após 30 anos, mas desafios econômicos persistem para impulsionar o crescimento injusto.

No dia primeiro de julho de 2024, o Brasil comemorou o fim de um ciclo de hiperinflação que assolou a economia do país. Esse período foi marcado por altas taxas de inflação, sendo que em 1993 atingiu 2.477% medida pelo IPCA, sendo um recorde na história brasileira. Durante o período de 1980 a 1993, a inflação média anual foi de 303%, enquanto de 1993 a 2023, foi reduzida para 5,9%.

A crise de credibilidade dos governos foi um dos principais fatores que impediram o sucesso de medidas restritivas para controlar a inflação. Planos anteriores não obtiveram êxito devido a estratégias que causavam custos socioeconômicos elevados. No entanto, o “pulo do gato” para eliminar a hiperinflação foi a criação da Unidade Real de Valor (URV), que unificou as expectativas em um indexador.

O Plano Real, implementado de 1994 a 1998, utilizou a âncora cambial para controlar a inflação. Vinculando o real ao dólar, o plano facilitou importações e diminuiu os custos de produção internos. No entanto, para sustentar essa política, o país teve que elevar a taxa de juros e recorrer a empréstimos do FMI, resultando em um aumento significativo da dívida pública.

Mesmo tendo superado a hiperinflação, o Brasil ainda enfrenta desafios como altas taxas de juros, elevada carga tributária e baixa qualificação da mão de obra. Para consolidar o desenvolvimento socioeconômico, é necessário buscar estratégias que estimulem o crescimento econômico, a geração de empregos e a distribuição mais igualitária de renda.

Volney Aparecido de Gouveia, economista e professor, destaca a importância de ampliar a complexidade econômica, investir em qualificação profissional e promover uma distribuição mais justa de renda. O caminho para o desenvolvimento socioeconômico exige a superação dos desafios atuais e a busca por soluções que impulsionem o crescimento sustentável do país.

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