Repórter São Paulo – SP – Brasil

Déficit em conta corrente atinge maior valor desde 2014, alerta chefe do Banco Central em análise econômica de junho.

O aumento no déficit em conta corrente registrado em junho deste ano chamou a atenção do chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha. De acordo com ele, o valor de US$ 4,029 bilhões representa o maior rombo para o mês desde 2014, quando o déficit atingiu US$ 5,4 bilhões. Além disso, Rocha destacou que houve uma redução no superávit comercial no mesmo mês, que ficou em cerca de US$ 6 bilhões, o menor resultado para junho desde 2019.

Segundo o especialista, a redução no superávit comercial foi influenciada por uma ligeira queda nas exportações e um aumento nas importações. Esses movimentos, de acordo com ele, resultaram em uma diminuição do saldo positivo na balança comercial. Rocha ressaltou que as exportações apresentaram desaceleração na quantidade exportada, crescendo com taxas menores e uma redução nos preços. Já as importações registraram um aumento na quantidade de mercadorias importadas, com destaque para a importação de veículos, especialmente os veículos elétricos.

No entanto, o déficit em conta corrente no primeiro semestre de 2024 foi impulsionado pela conta de serviços, conforme apontado por Fernando Rocha. O saldo negativo de US$ 18,691 bilhões nesse segmento foi considerado “bastante baixo” pelo chefe do Departamento de Estatísticas do BC. Ele explicou que o aumento no déficit acumulado no primeiro semestre foi devido principalmente ao aumento de 27,3% no déficit de serviços, enquanto o superávit comercial reduziu 9,9%.

Apesar da redução no superávit, as exportações no acumulado do primeiro semestre cresceram 0,6%, alcançando o maior valor da série histórica do Banco Central para primeiros semestres de cada ano, totalizando US$ 69,2 bilhões. Enquanto o déficit externo do país permanece em valores baixos, o ingresso de capitais estrangeiros de longo prazo, especialmente os Investimentos Diretos no País, continua financiando integralmente esse saldo, demonstrando a estabilidade das contas externas brasileiras, conforme ressaltado por Rocha.

Sair da versão mobile