Repórter São Paulo – SP – Brasil

Proposta dos servidores ambientais ao governo busca encerrar greve e mitigar impactos na proteção da floresta amazônica e licenciamento de projetos.

Nesta terça-feira (23), os servidores da área ambiental do governo federal apresentaram uma proposta para encerrar a greve que tem reduzido os esforços para proteger a floresta amazônica e atrasado o licenciamento de projetos de petróleo e gás. A Ascema (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente), sindicato que representa a categoria, e seus filiados votaram a favor da greve no mês passado, buscando melhores salários, condições de trabalho e reestruturação de carreiras.

A proposta de acordo abrange principalmente um aumento salarial, deixando de lado a maioria das reivindicações dos servidores. Em carta, a Ascema criticou o governo de Lula (PT) por negociar com descaso e menosprezo, considerando a importância da pauta ambiental para os objetivos do governo.

O presidente Lula, que apostou sua reputação internacional na proteção da Amazônia e na restauração da liderança climática do Brasil após o retrocesso ambiental do governo anterior, não respondeu ao pedido de comentário da agência de notícias Reuters.

Wallace Lopes, um dos diretores-adjuntos da Ascema, destacou que mesmo que a greve seja encerrada, a desaceleração do trabalho continuará, o que pode atrasar o licenciamento de projetos de óleo e gás e outras atividades que dependem de autorizações ambientais. Os funcionários do Ibama estão preparados para manter essa desaceleração até a COP30, programada para acontecer em Belém em 2025.

A falta de licenças está impactando a produção de 200 mil barris de petróleo por dia, afetando as operações da Petrobras em três campos de petróleo. O acordo proposto surge após uma decisão do STJ que determinou, a pedido do governo, que os funcionários do Ibama retomassem suas atividades de licenciamento e prevenção de incêndios florestais, mesmo estando em greve.

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