A necessidade de cortes orçamentários já começou a se materializar, com o anúncio do governo de que serão bloqueados ou contingenciados R$ 15 bilhões do Orçamento deste ano. Essa medida tem o objetivo de controlar as contas públicas e reverter o cenário de déficit primário recorrente, que atingiu 1,6% do PIB no acumulado dos últimos 12 meses até junho.
O impacto dos gastos públicos sobre as receitas também foi destacado no relatório da IFI, que apontou um crescimento de 8% nas receitas primárias no primeiro semestre de 2024, porém, esse aumento foi superado pelo incremento de 10,5% nas despesas primárias. A análise da IFI ressalta a importância de neutralizar eventos não recorrentes para uma avaliação mais precisa da situação fiscal do país.
Para o ano de 2025, o governo inicialmente previa um superávit primário de 0,5% do PIB, mas teve que rever essa projeção, reduzindo o esforço fiscal para um déficit de até 0,25%. Essas medidas são necessárias para garantir a sustentabilidade das contas públicas e evitar um estrangulamento na execução do Orçamento federal nos próximos anos.
Diante desse cenário desafiador, a equipe econômica já sinalizou cortes de R$ 25,9 bilhões nas despesas previstas para o Orçamento de 2025. O desafio de encontrar um equilíbrio entre as necessidades de gastos públicos e a responsabilidade fiscal continuará sendo um tema central na agenda do governo nos próximos anos.