Agentes da Rota se tornam réus por morte durante Operação Escudo no litoral paulista, em ação considerada uma das mais violentas da PM.

Dois agentes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo, se tornaram réus recentemente devido a uma das 28 mortes que ocorreram durante a Operação Escudo, realizada no ano passado no litoral paulista. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público e aceita pelo juiz Thomaz Correa Farqui, da 3ª Vara Criminal de Guarujá. Com isso, já são seis policiais denunciados por mortes relacionadas a essa operação.

Os réus são o capitão Marcos Correa de Moraes Verardino e o cabo Ivan Pereira da Silva, que foram indiciados por homicídio qualificado e fraude processual. O capitão Marcos era o coordenador operacional da Operação Escudo na época dos acontecimentos. O juiz determinou a suspensão do exercício das funções na PM dos dois policiais e cabe às suas defesas recorrerem da decisão.

Além dos crimes de homicídio, os dois agentes também foram acusados de destruir provas, o que gerou uma resposta da ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo classificando a Operação Escudo como uma das mais violentas ações da PM na região.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo foi procurada para comentar o caso, mas não se pronunciou sobre as decisões judiciais até o momento. Já a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo ressaltou a importância de valorizar os bons policiais e defender uma segurança pública que respeite a vida e promova a cidadania plena.

O processo contra os dois policiais, que corre em segredo de justiça, está relacionado à morte de Fabio Oliveira Ferreira, morador da região, durante uma abordagem policial. Segundo a denúncia da Promotoria, os policiais dispararam contra o homem, que estava com as mãos levantadas, e tentaram obstruir a investigação ao destruir imagens de câmeras de segurança que poderiam fornecer evidências do ocorrido.

A Operação Escudo foi deflagrada após o assassinato de um soldado da Rota durante uma ação policial em Guarujá, na Baixada Santista, e resultou em diversas prisões, apreensões de armas e drogas. A Operação Impacto continuou na região após o término da Escudo, com o objetivo de manter a segurança na área e reprimir a criminalidade.

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