Em entrevista coletiva, Ceron explicou que o empoçamento não é algo formalmente controlado, mas sim um processo gerencial que ocorre naturalmente. No ano passado, esse fenômeno foi responsável por deixar mais de R$ 20 bilhões não utilizados. Os principais motivos para o empoçamento de gastos são problemas com emendas parlamentares impositivas, dificuldades na gestão e realização de licitações, e subvinculações que dificultam o remanejamento de verbas entre os ministérios.
O Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, enviado ao Congresso Nacional, aumentou a previsão de déficit primário para 2024 de R$ 14,5 bilhões para R$ 28,8 bilhões. Essa previsão representa o limite inferior da margem de tolerância estabelecida pelo novo arcabouço fiscal. A equipe econômica afirmou que os próximos relatórios deverão reduzir a previsão de déficit, principalmente devido a medidas aprovadas pelo Congresso para compensar a desoneração da folha de pagamento.
Assim, apesar do aumento na previsão de déficit primário para 2024, o governo espera reduzir esse resultado negativo ao longo do ano, porém a questão do empoçamento de recursos permanece como um desafio para garantir a eficácia dos gastos públicos. O impacto desse fenômeno na economia e nas finanças públicas do país ainda é uma preocupação a ser acompanhada de perto pelos órgãos responsáveis.