Atualmente, não há um padrão definido para esses métodos de identificação, e as instituições têm liberdade para escolher entre entrevistas presenciais, análise de fotos ou videoconferências. Com o objetivo de padronizar esses procedimentos, o MEC pretende ouvir as experiências das universidades e institutos federais para propor orientações claras para o trabalho das bancas de heteroidentificação.
As bancas de identificação foram criadas justamente para evitar fraudes em processos seletivos, como o caso do ex-BBB Mateus Amaral, que burlou o sistema de cotas para ingressar em um curso de bacharelado em engenharia agrícola.
Atualmente, todas as universidades federais possuem bancas de heteroidentificação, porém, alguns casos de inconsistências nas avaliações já levaram à desclassificação de candidatos negros e à aprovação de candidatos brancos em vagas reservadas para cotas raciais.
A Universidade de São Paulo (USP) foi cenário de questionamentos recentes em relação aos critérios das bancas, com casos de estudantes que perderam vagas por não terem sido considerados pardos, apesar de terem se autodeclarado como tal. A USP definiu novos procedimentos para o vestibular de 2025, abandonando entrevistas presenciais e optando por análise de fotografias e entrevistas virtuais para identificar candidatos a cotas.
Uma pesquisa do Datafolha revelou a divisão de opiniões em relação às cotas no ensino superior. Enquanto 41% das pessoas acreditam que a lei de cotas deve existir para alunos de escola pública, mas sem critério racial, outros 15% defendem a eliminação de reservas de vagas.
Com a realização desse seminário e a proposta de estabelecer critérios claros para as bancas de identificação de cotistas, o MEC busca promover maior transparência e eficácia no sistema de cotas nas universidades federais do país.
