Masculinidade na Política: A Fragilidade dos Líderes e a Necessidade de um Novo Paradigma

Em 1991, o então presidente Fernando Collor de Mello causou polêmica ao declarar que tinha nascido com “aquilo roxo”, enfatizando sua força e masculinidade. No entanto, sua “macheza” não o impediu de ser envolvido em um processo de impeachment que resultou em sua saída da presidência.

Passadas mais de três décadas, em 2022, Jair Bolsonaro também fez questão de enfatizar sua virilidade em um discurso na Esplanada dos Ministérios, chamando a si mesmo de “imbrochável” em várias ocasiões. Essa tentativa de se mostrar imbatível e sexualmente potente é uma característica recorrente na política brasileira.

Não foi apenas Bolsonaro que se envolveu nesse tipo de retórica. O ex-presidente Lula também se manifestou de forma similar recentemente, declarando em um evento em São Paulo que possui uma resistência sexual equiparável à de um jovem de vinte anos. Além disso, Lula expôs sua vida íntima ao mencionar sua esposa, Janja, em um comentário sobre sua vitalidade sexual aos 70 anos.

Essas declarações não condizem com o papel de líder político. A masculinidade exagerada e a necessidade de se mostrar como o “homem viril” para o público demonstram uma fragilidade na autoconfiança desses políticos. A verdadeira masculinidade não se resume a agressividade e força, mas sim a qualidades como civilidade, respeito e cuidado.

É fundamental que os homens públicos sejam exemplos de uma masculinidade saudável, que respeite as escolhas e a intimidade alheia, que saiba ouvir e reconhecer seus erros, e que não se sinta ameaçado pela presença de mulheres empoderadas. A política não deve ser um palco para reafirmar a virilidade, mas sim um espaço para promover valores de respeito e igualdade.

Em um cenário político ainda dominado por homens, é essencial que os líderes masculinos se esforcem para promover uma masculinidade construtiva, que contribua para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. As declarações machistas e sexistas de líderes políticos apenas reforçam a necessidade de uma mudança de postura e mentalidade em relação ao papel dos homens na política e na sociedade como um todo.

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