A delicada operação de limpeza já resultou na retirada de 36 toneladas de peixes mortos do rio. O trabalho manual das embarcações menores se une à eficácia dos hidrotratores na recuperação dos cardumes maiores. É uma tarefa que exige cuidados especiais com a preservação do meio ambiente e a restauração da fauna afetada pelo desastre ambiental.
Após a análise de um laudo técnico emitido pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a Usina São José S/A Açúcar e Álcool foi multada em R$ 18 milhões por conta do vazamento de resíduos de cana-de-açúcar com alta carga orgânica, responsável pela morte de mais de 235 mil peixes na região.
A Cetesb evidenciou a relação direta entre o derramamento desses resíduos poluentes e os episódios de mortandade de peixes nas datas citadas. A diretora-presidente em exercício, Mayla Fukushima, declarou que os resultados das análises laboratoriais comprovam essa ligação, tornando inquestionável a responsabilidade da usina pelo desastre ambiental.
No entanto, a usina contestou as acusações, alegando não ter recebido evidências que comprovem a conexão entre suas operações e a morte dos peixes. O caso levou o Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) do Ministério Público a abrir um inquérito civil para investigar a responsabilidade da usina e avaliar os danos causados aos ecossistemas aquáticos da região.
Assim, a cidade de Piracicaba se vê diante de um desafio ambiental de grandes proporções, que exigirá não só a reparação dos danos causados, mas também a implementação de medidas corretivas para evitar que desastres como esse se repitam no futuro.
