Repórter São Paulo – SP – Brasil

Assassinatos de indígenas aumentam 15,5% no primeiro ano de governo Lula, aponta relatório do Cimi em 2023.

O ano de 2023 foi marcado por um aumento de 15,5% nos assassinatos de indígenas no Brasil, comparado ao ano anterior. Segundo o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil” publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), foram registrados 208 mortos em 2023, em contraste com os 180 em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro.

O relatório aponta que houve um aumento significativo nas mortes por desassistência à saúde, com 111 casos em 2023, sendo 35 apenas no estado do Amazonas. Além disso, as mortes infantis, que incluem óbitos de crianças indígenas de 0 a 4 anos, totalizaram 1.040 em 2023. O Cimi destacou que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com ações de saúde adequadas.

Os suicídios de indígenas também tiveram um aumento preocupante, com 180 casos em 2023, representando um aumento de 56% em relação ao ano anterior. Os estados com mais casos foram Amazonas, Mato Grosso do Sul e Roraima. Os homicídios também foram uma realidade recorrente, principalmente nos estados de Roraima, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rio Grande do Sul.

A publicação do relatório ocorre em um momento de agravamento dos conflitos fundiários em regiões como Mato Grosso do Sul e no Paraná. Famílias indígenas têm sido alvo de ataques enquanto buscam a retomada de seus territórios ancestrais. Lideranças indígenas denunciaram a falta de ação do poder público e expressaram frustração com promessas não cumpridas pelo governo.

Além disso, o relatório também destaca a persistência de conflitos territoriais e a invasão ilegal de terras indígenas. Muitos povos em isolamento voluntário estão em territórios invadidos ou com danos ao patrimônio, evidenciando a vulnerabilidade dessas comunidades.

Em suma, os dados alarmantes apresentados no relatório refletem a urgência de ações efetivas para proteger a vida e os direitos dos povos indígenas no Brasil. É essencial que o governo e a sociedade como um todo se mobilizem para garantir a segurança e o bem-estar dessas comunidades.

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