Em Parintins, no baixo Amazonas, a situação atingiu níveis alarmantes, com o rio ficando 1,27 metro abaixo da cheia anterior, o que dificultou a navegação de embarcações de grande porte. Para contornar a situação, estradas foram abertas para garantir o acesso às comunidades isoladas e microssistemas de água foram implantados para evitar o desabastecimento.
O governo do estado anunciou medidas emergenciais, como o envio de cestas básicas e água potável às comunidades mais afetadas. No entanto, indígenas da região do Vale do Javari recusaram os alimentos industrializados enviados, alegando que precisam de insumos para agricultura e produtos de higiene, já que o rio seco dificulta a ida à cidade para comprar esses itens.
A seca severa atingiu também municípios como Itamarati, onde o prefeito João Campelo já está adotando medidas preventivas, como o envio antecipado de medicamentos e merenda escolar, além de deixar professores fixos nas comunidades isoladas. A situação se agrava com a falta de chuvas e a descida do rio Madeira, que vem reduzindo seu nível diariamente.
A preocupação com o impacto ambiental da dragagem para garantir a navegação dos rios tem gerado debate entre autoridades e ambientalistas. Enquanto isso, a população local sofre com os efeitos da seca, que compromete não apenas o abastecimento de água e alimentos, mas também a geração de energia nas hidrelétricas da região. A busca por soluções estruturantes se faz cada vez mais necessária diante de um cenário de mudanças climáticas e secas recorrentes na região Amazônica.