Repórter São Paulo – SP – Brasil

Evangélicos paulistanos rejeitam interferência política de líderes religiosos, aponta pesquisa Datafolha. Maioria não aprova indicações de voto em eleições.

A relação entre púlpito e palanque, que muitas vezes resulta em barulho, não é bem vista pela maioria dos evangélicos na cidade de São Paulo. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, com 613 moradores da capital paulista que professam a fé evangélica, revelou que os fiéis não apreciam a interferência política de pastores e não gostam de ser influenciados na escolha de seus candidatos durante as eleições.

De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que seria melhor se líderes religiosos não apoiassem nenhum candidato durante o período eleitoral. Além disso, 70% dos evangélicos são contra receber indicações diretas de pastores sobre em quem votar, enquanto 76% rejeitam a ideia de que um líder religioso recomende não votar em determinada pessoa.

A pesquisa também apontou que a identidade religiosa de um candidato nem sempre influencia a decisão dos fiéis. Apenas 31% dos entrevistados afirmaram que confiariam mais em um político evangélico, enquanto 27% confiariam menos. Para 37%, a religião do candidato não faz diferença.

Apesar disso, é comum encontrar manifestações políticas nos templos evangélicos, principalmente durante períodos eleitorais. Em 2022, o cenário político movimentou os círculos cristãos, levando ao afastamento de pastores que não seguiam a linha da cúpula da igreja e a episódios de violência, como o caso de um fiel baleado em Goiânia por discordar da abordagem política nas pregações.

Diante desse contexto, a influência dos líderes religiosos na escolha dos fiéis pode causar mais prejuízos do que benefícios. Com isso, muitos evangélicos manifestam resistência à recomendação de votos de seus pastores, preferindo tomar suas próprias decisões políticas. A pesquisa ainda revelou que a maioria dos fiéis discorda da ideia de que política e valores religiosos devem andar juntos.

Esses resultados indicam uma tendência de independência e autonomia por parte dos evangélicos na hora de escolher seus candidatos, demonstrando uma postura crítica em relação à interferência política no ambiente religioso. A pesquisa evidencia a importância da liberdade de escolha e da separação entre religião e política para esse segmento da população paulistana.

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