A pesquisa, realizada com 613 paulistanos que se declaram evangélicos, mostrou que existe uma divisão de opiniões dentro dessa comunidade religiosa. Enquanto 68% são contra a descriminalização do aborto, apenas 30% concordam com a prisão de mulheres que interrompem a gravidez. A maioria dos entrevistados (48%) apoia a manutenção do status legal do aborto apenas para casos de estupro, risco de vida para a mãe e feto anencéfalo.
Outro ponto de destaque foi a posição dos evangélicos em relação ao casamento homoafetivo. Apenas 26% são a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 57% se posicionam contrariamente. A possibilidade de um casal gay adotar filhos também divide opiniões, com 43% de aprovação e 42% de rejeição.
Por outro lado, a pauta das armas, tão presente no bolsonarismo, não encontra eco entre os evangélicos de São Paulo. Apenas 28% concordam com o direito do cidadão de possuir uma arma para autodefesa. O ‘homeschooling’, defendido por Bolsonaro, também não é bem visto pela base evangélica, com apenas 19% apoiando a substituição da escola por aulas em casa.
Os resultados da pesquisa revelam um panorama complexo e diversificado entre os evangélicos paulistanos, mostrando que nem sempre as posições conservadoras prevalecem dentro dessa comunidade religiosa. A liderança evangélica acaba enfrentando desafios ao tentar conciliar os interesses políticos com as demandas e valores de sua base fiel.