Uma pesquisa realizada pelo Datafolha entrevistou 613 moradores da capital paulista que se identificam como evangélicos, revelando que 71% deles frequentam templos de pequeno porte, com capacidade para até 200 pessoas, localizados principalmente nas periferias da cidade. Isso contradiz a ideia de megaigrejas com milhares de membros, mostrando que a realidade evangélica em São Paulo é marcada pela presença de espaços intimistas e comunitários.
Outro dado interessante apontado pela pesquisa é que uma em cada quatro pessoas em São Paulo se declara evangélica, sendo a maioria mulheres. Além disso, os evangélicos negros, que englobam pardos e pretos, representam 67% do total, mostrando a força e a presença da comunidade negra dentro do segmento evangélico na cidade.
A pesquisa também revelou que 43% dos entrevistados se identificam como pertencentes a igrejas pentecostais, como Assembleia de Deus e Congregação Cristã do Brasil, enquanto 22% são ligados a igrejas neopentecostais, como Universal e Renascer. Vale ressaltar que o termo “neopentecostal” não é comumente adotado pelos próprios fiéis, que geralmente se identificam como pentecostais.
É interessante notar que, apesar da diversidade de denominações e práticas no meio evangélico, a fé continua desempenhando um papel importante na vida dos fiéis, seja desde a infância ou após uma conversão mais tardia. A presença da religiosidade evangélica na sociedade paulistana reflete não apenas uma busca espiritual, mas também um pertencimento comunitário e um apoio emocional e social para muitos fiéis, como os casos apresentados na pesquisa.
Em suma, a expansão das igrejas evangélicas em São Paulo não se resume apenas a números e estatísticas, mas reflete uma realidade multifacetada e diversa, com mulheres negras, famílias de baixa renda e uma forte presença nas periferias da cidade. Essa é a verdadeira face do crente médio em São Paulo, um retrato que desafia estereótipos e revela a complexidade e a riqueza da comunidade evangélica na cidade.