A contaminação do rio Piracicaba por substâncias identificadas posteriormente como melaço de cana-de-açúcar teve início no início do mês de julho e causou impactos devastadores no ecossistema local. A prefeitura da cidade chegou a retirar cerca de três toneladas de peixes mortos das águas, mas a contaminação se estendeu até uma área de preservação ambiental conhecida como Tanquã, desencadeando uma nova onda de mortes de animais.
A Cetesb apontou que a região do Tanquã, por suas características geográficas de águas paradas e baixa profundidade, facilitou a tragédia ao contribuir para a desoxigenação da água. O diretor de licenciamento e controle da companhia, Adriano Queiroz, ressaltou que a situação poderia ter sido ainda pior se não fossem as corredeiras do rio mais acima, que naturalmente promovem a oxigenação da água.
Além disso, a Polícia Ambiental identificou uma contaminação em outro ponto da região, mas ressaltou que não foram encontrados danos ambientais significativos nesses locais. As investigações apontam que o vazamento de melaço da usina atingiu o ribeirão Tijuco Preto, afluente do rio Piracicaba, percorrendo cerca de 80 km até chegar ao Tanquã.
A Usina São José negou inicialmente qualquer ligação entre suas atividades e a contaminação no rio, contestando as acusações feitas no inquérito policial. No entanto, a empresa terá que se adaptar para evitar novos incidentes e enfrentar as consequências ambientais da tragédia, considerada a maior já registrada na região de Piracicaba.
O Ministério Público Estadual também está investigando o caso e a usina se comprometeu a colaborar com as autoridades. A população local e as autoridades ambientais estão mobilizadas para minimizar os impactos da contaminação e buscar soluções para a recuperação do ecossistema afetado.
