Projeto Nova Raposo: Debate sobre ampliação rodoviarista gera polêmica na mobilidade urbana de São Paulo.

O debate em torno do projeto Nova Raposo, no trecho entre Cotia e São Paulo, torna-se cada vez mais relevante ao discutir a mobilidade urbana atual. O projeto proposto pelo governo estadual, que visa ampliar a rodovia, levanta questões sobre seu impacto ambiental, social, urbanístico e climático, sem garantir uma efetiva solução para os congestionamentos na região.

Com um tráfego de 90 mil veículos por dia, sendo 85% deles veículos leves, a rodovia já se encontra saturada. A proposta de aumento da capacidade da via envolveria enormes desapropriações de imóveis, a supressão de mil árvores e uma considerável expansão da área impermeabilizada. No entanto, a falta de prioridade para o transporte coletivo, como a ausência de um sistema de corredores de ônibus troncalizado e integrado, evidencia a abordagem rodoviarista ultrapassada do projeto.

Para desestimular o transporte individual, seria mais assertivo investir em um sistema de mobilidade urbana de alta qualidade, com um pequeno alargamento da via para a implantação de um sistema de transporte de média capacidade movido a energia limpa. A proposta atual de simplesmente ampliar o número de pistas sem considerar alternativas mais sustentáveis gera preocupação com o aumento da poluição e do tráfego nas vias já congestionadas da cidade.

Além disso, o projeto em questão entra em conflito com os compromissos assumidos por São Paulo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a sustentabilidade, principalmente considerando a urbanização da região ao longo da rodovia. Alternativas como o BRT e o VLT poderiam ser mais eficazes para melhorar a mobilidade urbana no trecho, reduzindo o uso do carro e minimizando os impactos ambientais.

Diante disso, é fundamental repensar o modelo rodoviarista proposto e considerar alternativas mais sustentáveis e eficientes para garantir uma mobilidade urbana de qualidade no trecho entre Cotia e São Paulo. A discussão sobre o projeto deve ser mais aprofundada, levando em conta não só a questão da mobilidade, mas também as implicações sociais, urbanísticas, ambientais e climáticas envolvidas.

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