Em 2022, Madrinha Eunice foi homenageada com uma estátua na praça da Liberdade África-Japão, reconhecimento de sua importância como agitadora cultural. Foi a mente por trás da fundação da escola Lavapés, a mais antiga em funcionamento em São Paulo, fundada em 1937 e atualmente sediada no bairro do Jabaquara.
O surgimento da escola de samba Lavapés teve origem em uma viagem de Deolinda e seu marido, Francisco Papa, ao Rio de Janeiro, onde foram inspirados pelos desfiles carnavalescos. Admirando a São Carlos, atual Estácio de Sá, Deolinda adotou as cores vermelho e branco para a Lavapés, em homenagem à agremiação carioca.
Nascida em Piracicaba em 1909, Deolinda Madre tornou-se uma benfeitora da cultura paulistana, sem filhos biológicos, mas com 41 afilhados. Desde jovem, teve forte ligação com a música e a dança, marcando presença em rodas de samba e festas tradicionais, como a de Santa Cruz e a de Bom Jesus de Pirapora.
A Lavapés teve seu auge nas três primeiras décadas de existência, sendo uma grande força no Carnaval. Sambistas renomados passaram pela escola, contribuindo para a história do samba paulistano. Após conquistar sete títulos no Grupo Especial, a escola enfrentou desafios e atualmente desfila no Grupo Especial de Bairros da Uesp.
Sob a presidência do ator Aílton Graça, que adicionou o nome Pirata Negro à Lavapés, a escola busca reconquistar seu espaço no cenário carnavalesco de São Paulo. O legado de Madrinha Eunice continua vivo, inspirando gerações e mantendo viva a tradição cultural que ela tanto amava.