Justiça nega aborto legal a adolescente de 13 anos em Goiás e caso apresenta risco de suicídio, revela relato de funcionário.

Uma adolescente de 13 anos que teve seu pedido de aborto legal negado em Goiás está enfrentando uma situação delicada, segundo relatos de funcionários do hospital onde ela foi atendida. De acordo com informações que surgiram, a jovem expressou o desejo de realizar o aborto de forma clandestina e corre o risco de cometer suicídio.

A última visita da adolescente ao hospital para uma consulta pré-natal foi em 9 de julho, e ela tem sido aconselhada a considerar a entrega voluntária do bebê para adoção, já que a gravidez é considerada de alto risco. A menina foi levada ao hospital após uma medida judicial acompanhada por uma equipe técnica do Juizado da Infância e da Juventude, juntamente com a presença de seu pai, que afirmou que ela não precisaria mais retornar ao hospital, pois estaria recebendo atendimento em uma clínica particular.

A gravidez da adolescente foi resultado de um estupro de vulnerável por um homem de 24 anos, o que torna o aborto uma questão de saúde pública. No entanto, a Justiça negou o procedimento de aborto legal após o pai da menor entrar com um pedido alegando que o feto tinha direito à vida e questionando a apuração do crime de estupro. A legislação brasileira é clara ao considerar qualquer contato sexual com menores de 14 anos como estupro de vulnerável.

O Ministério Público está acompanhando o caso, mas devido ao sigilo judicial, informações detalhadas não podem ser divulgadas. Em meio a esse contexto, funcionários do hospital informaram que o pai da adolescente alegou que a filha havia desistido do aborto e que entregaria o bebê para ser cuidado pelo avô, embora a jovem tenha expressado o desejo de interromper a gestação e contestado as declarações do pai.

Além disso, a adolescente enfrenta outros desafios, como o assédio sexual por parte de homens próximos da família e a falta de apoio do pai, que sequer a acompanha nas consultas médicas. Ela demonstrou ter planos para o futuro, desejando estudar e escapar de um ciclo de vida semelhante ao de sua mãe.

O caso da adolescente em Goiás evidencia a necessidade de um debate sério sobre a proteção de menores vítimas de abuso e a garantia de seus direitos reprodutivos. A falta de acesso ao aborto legal e seguro coloca em risco a saúde e a vida dessas jovens, expondo falhas no sistema de proteção e cuidado. Espera-se que a Justiça e os órgãos competentes atuem em prol do bem-estar e da segurança da adolescente, assegurando que seus direitos sejam respeitados e sua saúde seja priorizada.

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