Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil renova sistema de supercomputação para previsão climática mais precisa e competitiva no cenário internacional

A previsão do tempo é um serviço essencial para a sociedade atual, fornecendo informações estratégicas e precisas sobre o clima. Por trás dessas previsões estão os supercomputadores, máquinas de alta performance capazes de processar milhares de equações matemáticas complexas. No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está prestes a renovar seu sistema de supercomputação para melhorar a previsão climática.

Após anos de atraso, o Brasil publicou um edital para a aquisição de um novo supercomputador que será instalado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Essa nova tecnologia não apenas melhorará as previsões de curto, médio e longo prazo para o tempo e clima, mas também reposicionará o Brasil de forma competitiva no cenário internacional.

Segundo o físico Saulo Ribeiro de Freitas, o Brasil perdeu muita capacidade de fornecer informações relevantes e precisas em comparação com outros centros do mundo. Os supercomputadores antigos, como o Tupã, não eram mais capazes de realizar todas as operações necessárias para as previsões meteorológicas e pesquisas de ponta. Com a nova máquina, cinco vezes mais potente, o Inpe poderá desenvolver um modelo do sistema terrestre especializado em previsões climáticas para a América do Sul, retomando a competência brasileira nesse campo.

Além disso, a nova máquina e o modelo matemático Monan permitirão previsões meteorológicas mais precisas e detalhadas, incluindo a intensidade e duração de fenômenos como El Niño e La Niña. Essas informações são fundamentais para orientar investimentos públicos e evitar perdas humanas e materiais em eventos extremos, como as recentes inundações no Rio Grande do Sul. Com o novo sistema, o Inpe pretende aumentar a resolução das previsões meteorológicas, fornecendo um maior zoom e localizações mais precisas dos fenômenos.

Apesar dos desafios e atrasos enfrentados, a renovação do sistema de supercomputação e o desenvolvimento do modelo Monan são passos importantes para colocar o Brasil de volta no mapa das previsões climáticas globais. Com investimentos contínuos e maior coordenação entre os órgãos envolvidos, o país poderá melhorar significativamente sua capacidade de prever e lidar com eventos climáticos extremos, gerando benefícios tanto para a sociedade quanto para a economia.

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