Brasil é um dos países mais vulneráveis à desinformação, aponta estudo da OCDE, com Finlândia se destacando no combate.

Um estudo recente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revelou dados alarmantes sobre a vulnerabilidade do Brasil em relação à desinformação. Segundo a pesquisa, realizada com mais de 40 mil pessoas de 21 países, os brasileiros tiveram o pior desempenho na avaliação que simulou uma rede social, pedindo aos participantes que classificassem as notícias encontradas nela.

A Finlândia, conhecida internacionalmente por suas políticas de enfrentamento à desinformação através da educação midiática, obteve o melhor desempenho, com 66% de aproveitamento, acima da média global de 60%. Enquanto isso, o Brasil ficou com apenas 54%, apresentando os piores resultados em todos os aspectos avaliados pela pesquisa.

Esses dados evidenciam não apenas deficiências no letramento informacional, mas também revelam um contexto de desigualdades que dificultam o desenvolvimento do pensamento crítico em relação às mídias e seus conteúdos. Além disso, apontam para um sistema educacional problemático, com salas de aula superlotadas e infraestrutura precária, que contribui para a falta de habilidade dos brasileiros em interpretar textos de forma crítica.

O uso intensivo das redes sociais como principal fonte de informação também é um fator relevante, pois países que mais fazem uso dessas plataformas mostram menor capacidade de avaliar a confiabilidade dos conteúdos. Nesse contexto, a inclusão da educação midiática e do letramento informacional na Base Nacional Comum Curricular é um passo fundamental para combater essa problemática.

No entanto, a dificuldade em decodificar e analisar criticamente as informações não é exclusiva dos estudantes, mas também abrange os educadores. Um levantamento realizado pelo Instituto Palavra Aberta mostrou que professores de todo o país enfrentam desafios em conceituar desinformação e fake news, além de apresentar dificuldades em verificar a confiabilidade de conteúdos diversos.

É fundamental promover práticas educativas que estimulem a investigação e a criação, assim como diversificar os meios de comunicação para ampliar o repertório dos cidadãos. A mudança de cultura necessária para lidar criticamente com a informação demandará tempo e esforço, mas é essencial para qualificar a educação e o ecossistema comunicacional brasileiros.

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