Repórter São Paulo – SP – Brasil

75 Anos do “Decreto contra o Comunismo”: A História dos Cartazes que Excomungaram Automaticamente os Praticantes.

Há 75 anos, as igrejas católicas espalharam cartazes informando que o comunismo estava terminantemente proibido e seus praticantes excomungados. Os cartazes alertavam que era pecado grave inscrever-se no Partido Comunista, favorecê-lo de alguma forma, ler ou propagar a imprensa comunista. A excomunhão era garantida mesmo para aqueles que aceitavam e propagavam a doutrina marxista, mesmo que fossem cristãos. Esconder esse pecado durante a confissão era considerado um sacrilégio.

O decreto contra o comunismo foi registrado no Vaticano e publicado no jornal L’Osservatore Romano em 1949, com o aval do papa Pio 12. O documento respondeu a quatro questões discutidas pelo Santo Ofício, que resultaram em respostas negativas para a adesão ao comunismo e excomunhão para os comunistas.

Pio 12, antecessor de Pio 11, tinha uma bagagem alinhada à direita e era ferrenho anticomunista. O papa considerava o comunismo ainda mais perigoso que o nazismo e vociferava contra os comunistas, ameaçando-os com a excomunhão.

Com o passar dos anos, a condenação ao comunismo não foi mais levada tão a sério pela cúpula do Vaticano. Desde João Paulo 2º, a questão perdeu relevância e a postura da Igreja passou a ser de respeito e diálogo com os comunistas. O Código de Direito Canônico foi atualizado em 1983, abrangendo uma conotação pastoral e mais prudente em relação à excomunhão.

O decreto de 75 anos atrás ainda está em vigor, determinando a excomunhão automática para os comunistas. No entanto, a eficácia pedagógica da excomunhão neste caso é questionável, pois não promove o diálogo pedagógico entre a Igreja e os fiéis comunistas. Mesmo sem revisão, o decreto deixou de ser urgente e relevante, já que a questão do comunismo não é mais considerada uma prioridade para a Igreja Católica.

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