A adolescente manifestou seu desejo de interromper a gravidez quando estava na 18ª semana, afirmando que, caso não conseguisse o acesso ao procedimento legal, procuraria outras formas de realizá-lo por conta própria. Em depoimento ao Conselho Tutelar, o suspeito de abuso de 24 anos alegou desconhecer a idade da adolescente e afirmou que, se soubesse, não teria mantido relação com ela.
Além disso, o pai do bebê teria tentado negociar com o suspeito para que ele assumisse a criança. Apesar do pedido da adolescente pelo aborto, seu pai decidiu entrar na Justiça para proibi-lo, alegando que o desejo da menor de idade não é suficiente para autorizar o procedimento, sendo necessária a consentimento dos responsáveis.
O Ministério Público foi acionado para representar a vítima nesse caso, solicitando à Justiça a realização do aborto. No entanto, a desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade decidiu proibir a interrupção da gravidez, aceitando o pedido do pai da adolescente. Em sua decisão, a magistrada determinou que a equipe médica utilize todos os meios para assegurar a sobrevivência do feto, a menos que haja risco de vida para a adolescente.
Nas redes sociais, a ministra das Mulheres, Aparecida Gonçalves, manifestou sua preocupação com o caso e reforçou a importância do respeito à legislação brasileira em relação ao aborto legal. Ela ressaltou que a exigência de autorizações judiciais para esse procedimento torna a busca pelo aborto legal uma jornada difícil para as meninas e mulheres, e enfatizou a necessidade de proteger os direitos das jovens e das mulheres. Nesta segunda-feira, o vereador Fabrício Rosa entregou um manifesto ao ministro dos Direitos Humanos, denunciando a situação da jovem e buscando apoio para o caso.