Repórter São Paulo – SP – Brasil

O maior paradoxo do mundo moderno: como a inteligência artificial pode se voltar contra seus criadores

Recentemente, a indústria cinematográfica foi impactada pela polêmica em torno do filme “Here”, dirigido por Robert Zemeckis. O longa, que ainda não estreou, já divide opiniões por conta do uso da Inteligência Artificial (IA) para rejuvenescer os atores Tom Hanks e Robin Wright em suas interpretações. A questão levantada é se a IA está ultrapassando os limites éticos e artísticos no cinema.

Com base em uma graphic novel de Richard McGuire, o filme promete trazer uma abordagem inovadora com a utilização de efeitos visuais avançados. Zemeckis, conhecido por seu trabalho em clássicos como “De Volta para o Futuro” e “Forrest Gump”, surpreende mais uma vez ao trazer os atores em suas versões mais jovens por meio da IA. No entanto, a técnica utilizada levanta questionamentos sobre a autenticidade das interpretações.

Ao assistir ao trailer oficial, é possível notar a técnica de rejuvenescimento aplicada aos atores, mas algumas críticas surgem em relação à expressão e realismo das performances. Enquanto alguns defendem a inovação trazida pela IA, outros acreditam que a interpretação de atores mais jovens poderia transmitir mais alma e emoção aos personagens.

A discussão sobre o uso da IA no cinema não é recente e traz à tona dilemas éticos e artísticos. Enquanto alguns cineastas, como Zemeckis, enxergam na IA uma oportunidade para explorar novas possibilidades criativas, outros, como Hayao Miyazaki, consideram a tecnologia uma ameaça à essência da arte cinematográfica. A ressurreição digital de figuras icônicas, como Elis Regina em uma propaganda, também gerou controvérsias e questionamentos sobre os limites da IA.

Apesar da inevitabilidade da presença da IA no cinema e em outras esferas da sociedade, é importante preservar a singularidade e o toque humano nas criações artísticas. A discussão em torno do filme “Here” evidencia a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a essência da arte, garantindo que o bicho da IA seja domado para não comprometer a autenticidade das produções cinematográficas. Resta aguardar a estreia do filme para conferir como a IA pode influenciar o futuro da sétima arte.

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