O plano de transferência de controle foi elaborado pelos fundos de investimentos Futura Venture e Milão, este último administrado pela Reag Investimentos, ambos ligados à J&F. A Âmbar já enviou representantes para avaliar os números da Amazonas Energia em Manaus e conduzir uma auditoria detalhada. A transação envolverá um valor simbólico, considerando a fragilidade financeira da empresa e o interesse do governo em trocar o administrador privado.
A J&F, em comunicado, ressaltou que a submissão do plano de transferência de controle é um requisito regulatório, mas não obriga a efetivação do negócio. Após a conclusão da aquisição das usinas da Eletrobras de forma independente, a Âmbar está focada em analisar a situação da Amazonas Energia e aguarda o parecer da Aneel para avaliar a viabilidade econômica da distribuidora.
A medida provisória editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva flexibilizou as obrigações regulatórias da Amazonas Energia e transferiu parte de suas dívidas para a Conta de Energia de Reserva, dividindo a responsabilidade entre os consumidores. A aquisição das termelétricas pela Âmbar, apenas dois dias antes da assinatura da medida provisória, acabou por solucionar um problema financeiro, transformando os ativos em uma oportunidade favorável.
Os custos estimados a serem repassados aos consumidores variam entre R$ 2 bilhões e R$ 2,7 bilhões por ano, podendo ultrapassar R$ 30 bilhões ao longo do tempo. A aprovação do plano apresentado pela J&F à Aneel é fundamental para o desfecho da transferência de controle da Amazonas Energia. Outras empresas do setor elétrico ainda podem apresentar propostas, mas a Âmbar é vista como favorita devido a uma cláusula que a beneficia na conversão de dívidas passadas em ações da distribuidora. A expectativa é de que o negócio seja concluído durante a vigência da medida provisória, garantindo estabilidade jurídica ao investidor.