Além desses casos, pescadores avistaram uma quarta carcaça na praia de Picinguaba, em Ubatuba, nas últimas semanas. Infelizmente, quando a equipe de monitoramento do Argonauta chegou ao local, a baleia não pôde ser localizada. Esta triste notícia eleva o número de baleias encontradas mortas na região para seis nos últimos meses.
As baleias descobertas entre o final de junho e início de julho eram juvenis, mas estavam em estado avançado de decomposição, impossibilitando a identificação da causa das mortes. O presidente do Instituto Argonauta, o oceanólogo Hugo Gallo Neto, levantou algumas possíveis razões para essas tragédias, como a falta de alimento, doenças e interações acidentais com a pesca e embarcações.
As carcaças encontradas na areia foram devidamente enterradas, seguindo os protocolos recomendados para casos como este. Segundo o oceanólogo, enterrar as carcaças mortas é uma prática que não oferece riscos de contaminação às praias e, pelo contrário, contribui para a saúde do ecossistema local ao devolver nutrientes ao ambiente.
A bióloga Carla Beatriz Barbosa, do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, destacou a importância de coletar materiais das carcaças para futuras análises e pesquisas. As baleias-jubarte, que podem chegar a 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas, são animais migratórios que percorrem grandes distâncias ao longo da costa brasileira anualmente.
A conservação desses animais depende da preservação dos oceanos e do seu habitat. Apesar de terem saído da lista de espécies ameaçadas de extinção recentemente, é fundamental manter esforços para garantir a proteção das baleias-jubarte e de todo o ecossistema marinho. O Instituto Argonauta, uma instituição reconhecida por sua atuação na conservação ambiental, tem um papel crucial nesse processo, juntamente com outros órgãos e projetos de monitoramento da vida marinha.